COLABORADORES
Capa Deborah Blando
Foto Márcio Amaral
Make Carlinhos Alcântara
Hair Diego Marcsant
Produção Alex Fiuza
Mega Hair Mega Hair SP
Stylist Splash Boutique
Assessoria Portfólio Assessoria
A trajetória de uma das vozes mais marcantes

Você tem uma trajetória bastante multicultural — nascida na Itália, criada no Brasil, canta em vários idiomas. Como essas diferentes raízes influenciaram sua expressão artística?
Então, sim, claro que influenciaram. Eu comecei cantando italiano, né, eu ganhei o festival quando era criança, a versão do festival de adultos do Festival de Sanremo, só que para crianças. Eu posso até escrever o nome aqui porque chama Zequinodoro e não é fácil de escrever. Mas ali eu comecei com meu gosto musical, né? Desde bebezinha mesmo. Cantava música italiana, vim pro Brasil, fiquei conhecida como Giovanna.
Eu fiz, é, participava de um coral aos dez anos, só que eu era solista do coral, fui convidada pra gravar um disco, pruma empresa aqui no Brasil já, e… E o disco se chamava Giovanna. E(risos) aí eu fiz vários shows, turnês, passei a minha adolescência trabalhando todo final de semana. E claro que isso também afetou na minha vida adulta, né? Foi viver coisas que eu não tinha vivido na infância.
Assim como todas as crianças que trabalham, né, na infância, sempre, dá– né, algum momento vai, vai respingar isso aí na-na fase adulta. Mas artisticamente, sim. É, aí eu fui morar nos Estados Unidos, né? Eu fui cedo pros Estados Unidos, oito anos. Eu terminei de ser criada lá praticamente. E lá eu trabalhei com os melhores do mundo, porque eu tava com a– com o empresário da Cindy Lauper, que tava estouradaça também na época.
E eu tava com o Walter Yetnikoff, que era o presidente da CBS, que me assinou na época, enfim. E aí eu tive um coach que ficou dez anos comigo, me ensinando a cantar inglês perfeitamente, sem sotaque. Então eu que já cantava em duas línguas, comecei a cantar em três, mas eu me mergulhei na cultura americana, porque daí eu namorei, fiquei noiva, depois do, de um músico, também pro-produtor, guitarrista, tô com o Roger Waters, do Pink Floyd, da Madonna, fiz engenheiro de som da Madonna também.
Então era tudo a mesma– saía do-do disco da Madonna, vem trabalhar comigo, saía do meu disco, ia trabalhar com a outra, entende? Era assim, é o mesmo povo assim, né? Que trabalhava com uma, trabalhava com a outra. Então, eu fui criada meio na cultura americana pop mesmo, também. E isso tudo interferiu, porque na hora que eu fui lançar o disco, eu queria colocar Brasil, que eu coloquei literalmente a música Brasil, é, e ter esse swingado brasileiro, e tanto que o David Foster, que-que venceu o Grammy, né, com tantos, tantos Grammys, ele depois pediu meu ouvido emprestado pra fazer uma sessão de percussão com a(risos) Barbra Streisand.
Então assim, eu aprendi muita coisa de ritmo que eu já sabia, né? Mas aprendi lá, e misturei as culturas, e acho que é por isso que eu tenho uma coisa original assim, é, o meu som é original, as pessoas me reconhecem imediatamente, graças a essa-essa coisa multicultural.
Seu álbum de estreia, A Different Story, foi em inglês por aposta da gravadora. Como foi para você fazer essa “virada internacional” tão cedo na carreira?
Ah, pra mim não foi uma coisa cedo na carreira, porque eu comecei minha carreira muito cedo, né? Pra mim aquilo ali foi uma virada na carreira, né? Eu, eu sonhava em ser uma artista internacional e até quando eu fui apresentada pela Elba Ra– da, através da Elba Ramalho pro Mariozinho Rocha, que fazia a produção musical da Globo durante tantos anos, na época, ele trabalhava como diretor artístico da Polygram e eu tava pensando em-em assinar com eles.
Todo mundo queria me conhecer depois de um show que eu fiz em Ipanema, é, no Teatro Ipanema, com o Sérgio Dias. Aí tava uma briga de gravadoras, assim, sabe? E aí eu, na época, é, conheci ele e ele falou: “Olha, você é internacional, que que cê vai querer, é, ter compromisso aqui no Brasil?” E foi isso, dito e feito. Até que o empresário me levou pra lá e eu tava tocando esse piano de cauda na quinta avenida, no último andar(risos) .
Não, não foi– foi na sétima. Sétima Avenida, no último andar. Então, a quadra inteira era da CBS, que virou Sony, mas eu tava bem na virada. Eu fiz parte dessa virada de Sony, de CBS pra Sony, e eu inclusive, eu quero escrever isso, isso no meu livro, contar a história behind the scenes, né? O Tommy Mottola, que foi o, a pessoa que o Michael Jackson mencionou. Mariah Carey casou com ele, enfim, toda essa parte aí, é, e realmente eu não, não tava preparada pra viver uma coisa tão intensa assim.
De máfia mesmo, né? Essas máfias da, grandes, de gravadora. Mas, eu sempre fui protegida pelo David Wolfe e pra mim foi um passo necessário e um passo que eu já imaginava que vinha na minha vida. De um jeito ou de outro, eu sabia que eu ia chegar lá nos Estados Unidos, é, é, pra gravar. Não sabia que era meu primeiro disco, né? Mas, melhor assim, era o que eu queria mesmo.


Muitos te conhecem pelos hits de novelas como “Unicamente” e “Innocence”. Qual é o significado dessas canções para você hoje, olhando para trás?
Então, é, sim, as pessoas me conhecem por vários hits, né? Abertura da novela também “Somente o sol”, do Corpo Dourado. Tem “a maçã”, né? Tem “boy, why you wanna make me blue?”, que entrou em duas novelas, né? A primeira, lá atrás, que eu não lembro o nome da novela, mas a última foi “Verão quarenta graus”, ela entrou de novo. E tudo com– a última novela do, do nosso saudoso Jorge Fernando.
Então, assim, as pessoas me conhecem por vários hits de várias novelas. Agora, essas duas, sim, essas duas acho que marcaram mais, né? São duas gerações, inclusive, diferentes, que eu percebo. É, essas músicas, elas sempre vão significar algo muito profundo pra mim, né? Independente de ser tema de novela, né? “A inocência”, então, foi uma música que eu lutei pra entrar no meu primeiro disco, que eu já tinha fechado o disco. E eu acreditava nessa música, nós fizemos um arranjo bem diferente na época, foi o que deixou todo mundo maluco, David Foster, todo mundo quis gravar, os grandes produtores, porque é uma música muito original, é uma música que vai do tom maior e no meio dela, que é um– a gente chama de bridge, né?
De ponte. No meio dela, aquela parte meio opereta, ela desce o tom e depois aumenta pra terminar em maior de novo. Então, isso nunca tinha sido ouvido numa música pop. Isso é inédito. E o David Foster queria conhecer a autora da música e a cantora também. E acabei trabalhando com ele por causa de “Innocence”, que foi uma coisa assim, o mundo, no mundo, foi uma música que mudou antes e depois de “Innocence”, assim.
Uma música que realmente foi muito original. E outra foi a “Unicamente”, que eu misturei manguebeat, né, vindo do Nordeste, junto com hip-hop, né, que a levada é hip-hop. O jeito de cantar também é hip-hop, é, americano, só que em português, só que eu tô cantando em português sem, sem sotaque. Então, também era uma coisa muito diferente. Até o Gil, Gilberto Gil, veio me cumprimentar por eu ter criado uma nova, um novo estilo musical, ele falou: “Nossa, você criou estilo musical que não existia, que é essa mistura, né, americana com o Brasil”.
E claro que não fiz sozinha, né? Isso aí foi uma turma. São os americanos, produtores americanos que, que vieram comigo de lá pra samplear naquela época, nos anos noventa, né, monte de tralha, que hoje em dia, cê leva tudo num computador só.(risadas) Chegamos no Brasil com um monte de tralha, sampleamos o repolho, tu-tu-tu-tu-tu, e assim foi indo a música. E tem o Eric Batista, que é grande compositor também.
Também faz música com a Bebel Gilberto, que é uma grande amiga. Então, assim, essas duas músicas são muito importantes musicalmente, independente de qualquer novela.
Você já falou abertamente sobre ter enfrentado depressão, síndrome do pânico e dependência química. Como esses momentos difíceis moldaram sua arte e sua visão de vida?
Assim, depressão, pânico, tudo isso eu acho que acontece mais cedo ou mais tarde, né? Ainda mais eu que não vivi essa adolescência, né? Eu tive pânico quando eu fui filmar, é, o videoclipe de Decadância, vê que elegância, em Bo– e eu tava vindo dos Estados Unidos, menos quinze graus de Nova York, cheguei em Recife, boa viagem, pra gravar uma super banda, né?
Na época, João Barone, é, ele conheceu Chico Science, então ele até fala, eu fui gravar um clipe com a Débora Plano, conheci Chico Science. E, e aí no final do clipe, as pessoas subiram no palco, não tinha polícia suficiente, me arrancaram a roupa, me puxaram o cabelo, eu não conseguia entrar no ônibus. Daí quando eu entrei no ônibus, eles começaram a– era tanta gente, era tanta gente, eles começaram a empurrar o ônibus de um lado pro outro, eu achei que eu ia cair.
Dali em diante, foi difícil pra mim, porque eu não queria mais ser reconhecida na rua, tive que ser tratada, né? Com remédio, tudo, mas… Tudo coisas que a gente cresce muito, né? Hoje eu posso dar conselho, ajudar pessoas que têm esse problema, me sinto assim, capacitada pra isso, sabe? E me considero uma vencedora, assim. Eu falei, tava falando até com o Ricardo.
É, nos Estados Unidos, as pessoas que vencem depressão ou dependência química, ou qualquer coisa desse tipo, elas são, elas são consideradas vencedoras, né? Consideradas grandes vencedoras. Eu te dou exemplo do Robert Downey Jr., que ninguém queria nem ver a cara dele, porque ele tinha sido preso com droga, comportamento péssimo, e Hollywood já tava cansado dele, mas o Mel Gibson acreditou nele, botou todas as fichas e olha aí onde ele tá.
Então, assim, por quê? Porque o Mel Gibson também tinha vencido. Então, é legal essa coisa de-de ver as pessoas que passaram por uma depressão muito profunda, um pânico, dependência química, como pessoas que venceram, né? E não pessoas que óóó, pá, né? Muito pelo contrário, pessoas que viveram, que passaram por– até o inferno e voltaram, são pessoas que a gente, é, respeita, né? Pelo menos, né?
No mínimo, respeito, né?(estalo de língua) E admiração, eu tenho admiração por pessoas que foram lá embaixo e voltaram. E eu sei que essas pessoas também têm mais uma profundidade, porque viram a vida do jeito que ela é, né? É… dão mais valor à vida, hoje.


Recentemente você revelou viver com fibromialgia há décadas. Como tem sido conciliar a carreira musical com essa condição crônica?
A fibromialgia pra mim, realmente, ainda me atrapalha muito. Esse último ano eu fiz cirurgia, um neuro– coloquei um neuroestimulador medular, que é só pra casos mais graves de fi– de fibromialgia, mais grave. E, hmm, e é um estimulador que vai na, na, é um fio condutor que vai na espinha, entre a medula e a espinha dorsal, que vai até o cérebro, passa pela, passa pela(estalo de língua) ai, bem fininho aqui em cima, sabe?
Na cervical. E, e ele é pra tirar dor. Mas, no meu caso, como me quebraram duas costelas(risos) , uma terapeuta, eu tô fazendo fisioterapia e me cuidando bastante, me preparando aí, porque esses, esse ano, esse último ano, esses últimos dois anos, pra mim, foram bem intensos.
Eu até fui fazer uns programas de TV, fui no Serginho, é, no Altas Horas, aonde eu f– ele fala: “A Débora tá com as costela quebrada, veio desse jeito”. E eu tava assim, com– não tava bem, mas eu fui igual, eu sou guerreira. Mas agora, agora eu vou, vou na hora certa me cuidando, outra pessoa eu tô, já melhorei bastante. Mas é difícil, é difícil. Quando dá crise de fibromialgia, não tem como fazer, tem que cancelar as coisas.
Você morou por anos em um centro budista na Inglaterra e chegou a se formar como professora de meditação. Como o budismo influencia seu processo criativo nas músicas?
Ter morado lá, nossa, mudou a minha vida. É, então, eu fiz músicas lá, né? Eu cheguei a compor, assim, ser instrumento, né, de um Buda que estava vivo, né? Hoje, ele já saiu do corpo, mas o Gueshe Kelsang Gyatso Rinpoche, ele mandava música para mim mentalmente, cê acredita? Então tinha uma, uma que chama Prece para Paz Mundial, que era só é, recitada.
E aí pediram pra eu fazer a, a– gravar ela de novo, que tava muito mal gravada, e eu entendi que era pra fazer(risos) melodia, né? Não só pra recitar. E aí eu coloquei isso num piano que também apareceu. Imagina um monastério que não pode piano, nem pets. Porque senão, né, não é um monastério, né? Cada um com seu instrumento, imagina. E cada um com o seu pet também(risos) . Uma comunidade de cento e quarenta pessoas, cento e vinte, daí ia ser um zoológico, né?
E daí ia ser também um Deus me acuda, né, de som. Então, mas ele, ele abriu exceção. Então eu levei meus, meus cachorros no Brasil, né, adotados, e não é pet, né? São cachorros que eu adotei, salvei a vida e levei e meio que dei pra ele, mas cuidei deles, sabe? Falei: “Olha, toma Gueshela, toma pra(risos) , toma pra você os cachorros”.
Eu cuido deles, mas eles são teus. Tanto que eu vivi uma experiência que eu quero contar num livro. É, e aí, é, sim, eu compus junto com ele. Então, o meu gosto ficou mais refinado, eu diria, né? Eu aprendi a cantar também de outra forma. É, mas aí é outra coisa, daí é outra coisa. Cantar numa sadhana budista não é cantar pra você, é cantar pros outros.
Não, também tudo é pra cantar pros outros, mas é cantar pra uma, pra uma forma meditativa. Aí eu digo que é cantar pra dentro. Não é– é sem, é sem projetar voz. É tão lindo também. Muito bonito. É, uma voz bem suave, assim, sabe? Mas, é, sim, me influenciou muito e eu tenho várias músicas também que não são do Gueshela, né, que não são da tradição, inclusive que o venerável Gueshela me deu e que eu quero– tô pensando em lançar.


Em 2019, você disse que vai deixar o Brasil por causa do cenário musical atual e buscar outros horizontes na Europa. O que te motivou a tomar essa decisão?
Sim. Então, foi quando eu ganhei a bolsa de estudos. Ganhei a bolsa de estudos pra me tornar professora de budismo e meditação na Inglaterra e fui com tudo. Até meu namorado foi junto, depois ele voltou, mas é– eu levei meus cachorros e fui morar no– nesse monastério budista. E foi demais! Foi um– realmente, já até falo, eu-eu escrevi essa música, “We Fly”, compus, é, que era sobre isso, que era sobre o que eu tava indo viver, né?
Deixar tudo pra trás, pra viver uma nova, uma nova experiência e talvez não voltasse mais, talvez virasse professora de budismo e meditação por lá mesmo. E, e é isso. Escrever a música, então ela representa isso, ela representa o fim de um ciclo e o começo de outro, quando eu parti mesmo. Eu fiquei morando lá quatro anos.
Ao longo de sua carreira, você trabalhou com diferentes estilos — do pop-romântico ao eletrônico. Como você vê essa evolução musical?
Ah, então, é, eu trabalhei com diferentes estilos. Com certeza. Até porque eu canto italiano, o pop italiano é romântico, né? É, gosto muito de cantar música eletrônica. Eu, na verdade, compus, nós– eu e o, o Eric Batista, vou até escrever depois aqui como é que fala o nome dele. É, a gente teve essa concepção do Polaris, que é o que tá a gente tá vivendo hoje, né?
Vai existir essa– tá existindo uma troca polar já, né? Da Terra tá passando por um, por um– o que ela sempre passa, né? É um ciclo do, do planeta, do, da inversão, da, dos, do, da… Como é que fala, gente? Eu tô– força magnética, não. Como é que chama? Ai! Enfim, tu tá me entendendo, né?
Dos polos magnéticos, né? Da Terra, inversão. E também tem uma tempestade solar, a ressonância da Terra tá também muito alta, quer dizer, ressonância do, do batimento cardíaco. E tudo isso a gente descreve num se– num CD eletrônico. Só que naquela época, o, o eletrônico, ele só não tinha vocal, ele era só o EDM, foi criado o EDM. E a gente– eu levei esse Polaris em 2000 e pouco pras gravadoras.
Lembro que eu mostrei sabe pra quem? Aquele Cesco. Ficou louco, porque não tinha ainda, não tinha essa coisa da Sia cantar com o David Guetta, nada. Não tinha vocal com, com– não tinha isso, essa, essa vocal com música eletrônica. Isso não existia. Era só música eletrônica. Então, como a, eu, nós criamos isso de cantar com música eletrônica, fazer A, B, C, re– verso, começo, meio e fim de música, as gravadoras amaram, pediram uma cópia pra ficar ouvindo, mas ninguém soube on-onde colocar na rádio.
Tá, eu vou colocar onde? Essa aqui, essa rádio não vai querer porque não tem vocal, porque é só eletrônica. A outra não vai querer porque é só romântica, a outra não vai– então, assim, fiquei fora do lugar porque estava muito na frente. Quinze anos depois, quinze! O Eric foi lá, achou tudo, falou: “vamo lançar pro povo?” Que já tinha vazado também pros fãs, Polaris.
E aí, a gente lançou, mas quinze anos depois, e é tota– pode ver lá no meu Spotify, Polaris. Tem várias músicas lá. O Polaris eu acho que tem mais músicas, do, de todos os discos que eu tenho, acho que tem dezesseis. Então, eu já tava fazendo música eletrônica, criando, né, pop com eletrônico há muito tempo. E o povo ainda não tinha essa…
É, num, num era familiar, né? Ainda. E eu não quis, é, trabalhar com outros produtores, porque já tava tudo produzido. Eles queriam tirar voz, só, e pra que levasse pro psy trance, que era um público que existia vocal com eletrônico, mas eu falei: “Não, eu quero pop eletrônico do jeito que eu tô imaginando”. “Ah, não, então não tem como lançar”. A gente engavetou e foi lançar agora.
Sim, agora. Alguns anos atrás. Então, assim, eu– se eu sofro de algum problema musical é o timing, porque vem muito antes pra mim, as coisas. É, sempre foi assim pra mim também na moda, quando eu tava trabalhando muito com o povo que cria moda assim, né, em Nova York, é, povo de moda, assim, e a gente fazia tudo antes do, do, do tempo.
A música, né? O style. Então, é um problema quando você é um, um artista muito antenado, é um artista que tem– é antenado mesmo, literalmente, né? Que sabe o que vai acontecer, a tendência, né? É, aí tem que esperar um pouco, senão você sai muito na frente. O povo ainda não tá preparado, né? Mas é isso. Eu tô, tô mais tranquila agora tentando não inventar muita moda na frente, porque eu já vi que, que aí também não– é-é, sem o povo tá preparado, não adianta, né?
Não é isso? O importante é que as pessoas estejam preparadas pra que elas– pra aquele tempo ali e tenha mercado, né? Pra que tenha mercado. Isso eu aprendi. Então tá. Um beijão e espero que tenha gostado.
