CÁSSIO BARRETO

COLABORADORES
Capa Cássio Barreto
Foto João Morais
Stylist
Talita Sylos
Makeup
Bruno Matias
Assessoria Portfólio Assessoria

 

Cada rosto carrega uma história. Cada maquiagem, um propósito.

 

 

Quando você percebeu que maquiagem não era apenas estética, mas um caminho para transformar histórias e identidades?

Percebi isso no dia em que entendi que a maquiagem tinha o poder de devolver algo que muitas mulheres acreditavam ter perdido segurança. Quando eu via uma cliente se olhar no espelho e enxergar não apenas beleza, mas coragem, força e identidade, entendi que eu não trabalhava com rostos eu trabalhava com histórias. A maquiagem virou minha forma de tocar pessoas.

 

Existe algum momento específico da sua carreira em que você entendeu: “Agora eu realmente construí meu nome no mercado”?

Sim. Foi quando comecei a receber noivas e clientes que vinham de outras cidades exclusivamente para serem maquiadas por mim. Ali eu senti que meu trabalho tinha atravessado limites geográficos e emocionais. Não era mais sobre agenda cheia; era sobre confiança construída.

 

Qual é o segredo por trás do seu estilo de maquiagem que tantas noivas e celebridades buscam — e poucas conseguem reproduzir?

Meu segredo é a sensibilidade. Antes de pegar um pincel, eu escuto histórias analiso o rosto e o momento. Técnica qualquer profissional pode aprender, mas sensibilidade para entender a essência de quem está na sua frente… isso é vivido, não ensinado. Minha maquiagem nasce desse diálogo silencioso.

 

Na sua visão, qual é o maior erro que as pessoas cometem ao tentar definir o que é “beleza”?

O erro é tentar padronizar. Beleza não é molde, é sentimento. Quando a gente tenta encaixar todas as pessoas numa mesma referência estética, a gente mata a autenticidade. Beleza é plural, é movimento, é verdade.

O que você enxerga no rosto de uma cliente que a maioria dos profissionais ainda não aprendeu a observar?

Eu vejo história. Vejo onde ela já sorriu muito, onde já chorou, onde ela se esconde e onde quer brilhar. A maioria olha ângulos; eu olho sentimentos. É isso que guia minhas escolhas técnicas.

 

 

 

 

A maquiagem brasileira vive uma evolução constante. Em que ponto da história da beleza você acha que estamos hoje?

Estamos numa era de autenticidade e liberdade estética. O Brasil deixou de seguir tendências importadas e começou a ditar as próprias. Estamos aprendendo a celebrar nossa diversidade, nossos tons, nossas texturas e identidades.

 

Qual tendência de maquiagem você acredita que vai dominar os próximos anos — e qual delas você acha que deveria desaparecer?

A tendência que vai dominar é a beleza mais natural personalizada, pensada pele a pele, pessoa a pessoa.
O que eu gostaria que desaparecesse é a ideia de maquiagem que apaga características naturais. Isso já não representa a mulher real.
Ao não ser se for um make artista.

 

Você transita entre noivas, campanhas, moda e editoriais. Em qual desses universos você sente que sua assinatura brilha mais?

Nas noivas. 🤩
Porque ali a emoção é maior. É um dia que marca vidas, famílias, histórias. Minha assinatura brilha quando eu posso unir técnica, sensibilidade e propósito.

 

Existe alguma maquiagem que você fez e que se tornou inesquecível — pelo resultado, pela história ou pelo impacto emocional?

Sim. Toda noiva que atendo e chora depois de se ver pronta. Esse momento não tem preço. Não é o glamour, é o impacto. São essas emoções que guardo comigo.

Como você lida com a pressão de criar beleza em um país tão diverso, onde cada rosto conta uma história completamente diferente?

Eu lido com respeito. Entendo que cada rosto é um território único. Não tento repetir fórmulas, tento compreender universos. A diversidade do Brasil é minha maior inspiração, não minha maior pressão.

 

 

Muita gente fala sobre técnica, mas pouca gente fala sobre sensibilidade. Como você equilibra esses dois lados no seu trabalho?

A técnica me sustenta; a sensibilidade me guia. Uma sem a outra não existe no meu trabalho. Eu estudo muito para poder dominar a técnica, mas deixo a sensibilidade decidir onde cada pincelada deve ir.

 

Se você pudesse dar apenas um conselho para quem está começando agora no universo da maquiagem, qual seria?

Aprenda a escutar antes de maquiar. O maior diferencial de um artista não está no pincel, e sim na capacidade de entender quem está ali na sua frente.

 

Qual é o bastidor mais inesperado que já aconteceu durante um grande trabalho — e que nunca foi contado publicamente?

Já aconteceu de eu precisar refazer toda a preparação de pele de uma cliente minutos antes do horário final. Enquanto todos entravam em desespero, eu respirei fundo e entreguei um resultado ainda melhor. Ali aprendi que calma também é técnica.

 

O que poucas pessoas sabem sobre o Cássio artista… e sobre o Cássio pessoa?

O Cássio artista é perfeccionista, inquieto e apaixonado pelo detalhe.
O Cássio pessoa é sensível, amigo , família, espiritual e movido por propósito.
Eu maquio com técnica, mas vivo de emoção.
Canceriano né? Hahahaah

 

Quando pensa no futuro, qual é o próximo passo que você acredita que sua carreira está pronta a dar — e que legado você quer deixar para a beleza brasileira?

Meu próximo passo é expandir minha arte, seja através de cursos, produtos ou projetos que levem minha visão para além da minha cadeira.
Meu legado? Ensinar que beleza é respeito, verdade e sensibilidade. Que cada pessoa merece ser vista — não apenas maquiar rostos, mas transformar jornadas.

 

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